segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A VITÓRIA NAS URNAS


Quem ganha e quem perde numa eleição?

A princípio podemos imaginar que os que obtiveram maior número de votos sagraram-se vitoriosos e, consequentemente, o outro lado perdedor. No entanto, a despeito das diferenças óbvias dos candidatos e eleitores, o resultado das urnas não pode dividir um povo desta maneira, pois, revelaria um princípio ideológico de governo em benefício de alguns em detrimento de outros. 

Se o seu candidato não foi eleito, não significa que você e todos os demais eleitores do mesmo foram vencidos. Significa apenas que sua opção não era a opção da maioria. De igual modo, se seu candidato foi eleito, não significa que você venceu alguém. Significa apenas que você concordou com a maioria. 

Portanto, alegre-se e regozije-se com os demais, afinal, todos os candidatos eleitos neste país chegaram ao poder constituídos pela vontade de um Deus soberano e todos eles, inclusive o de sua cidade, exercerá um mandato sobre e para todos os munícipes. 

Sendo assim, submissos a vontade de Deus, não há como pensar em perdedores e vencedores num pleito eleitoral. Que este sentimento divisório dê lugar ao contentamento e juntos, vivamos a esperança de dias melhores. 

Que os próximos quatro anos revelem esta verdade e sejam benéficos para TODOS os brasileiros.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

O QUE NÃO SE VENDE NUMA ELEIÇÃO

As eleições estão às portas. É natural que muitos estejam eufóricos. Candidatos, partidos, eleitores, correligionários e imprensa respiram já alguns meses os ares de mais um pleito eleitoral. Toda esta euforia justifica-se não apenas pelas razões políticas inerentes ao processo em questão, mas, também, pelas razões econômicas. Há muito dinheiro envolvido. Um pleito eleitoral, seja ele municipal, estatual ou federal, movimenta a economia. As somas envolvidas são astronômicas. Por esta razão, faz-se necessário recordar algumas coisas que o dinheiro não compra, sobretudo, numa eleição, tais como: 

O Voto – este é um dos maiores direitos de uma democracia. Uma das maiores conquistas do nosso país. Quem vende o voto, vende seu direito e compromete a vida de tantas outras pessoas, além de delegar poderes a políticos corruptos. 

A Consciência – esta exerce um papel determinante em nossa vida. Age como um árbitro em todas as nações ações. Por ela, somos divinamente advertidos quanto a tudo o que compromete nossa integridade moral. Quem fere a própria consciência, torna-se réu da consciência alheia. 

O Caráter – um de nossos maiores patrimônios. Quem verdadeiramente o possui não o negocia por dinheiro algum. Quem se envolve em práticas ilícitas durante uma eleição, objetivando algum benefício, expõe a negociata do seu voto, da sua consciência e, sobretudo, do seu caráter.

Portanto, participemos de mais um processo eleitoral de modo correto, honroso e íntegro. Exerçamos nosso direito com a consciência limpa, buscando o bem de todos, afinal, nosso voto, consciência e caráter não estão à venda.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

REFLETINDO SOBRE A VOCAÇÃO

De um modo geral, entendemos que vocação é a chamada do evangelho a todos os perdidos pecadores, exortando-os ao arrependimento e aceitação de Cristo pela fé. Neste sentido, antes do pecador crer em Cristo como seu único e suficiente salvador faz-se necessário ouvir a chamada do evangelho da graça (Rm 10.17).

A Vocação e Seus Dois Aspectos
A Soteriologia Reformada compreende a doutrina bíblica da vocação sob dois aspectos: a vocação geral (externa) e a vocação eficaz (interna). Esta distinção é necessária para compreendermos a diferença entre o chamado universal feito pelo Evangelho e o chamado particular realizado pelo Espírito no coração dos eleitos.Entendemos que aprouve ao Senhor estender o convite do evangelho a todos os perdidos pecadores, sem qualquer distinção (Mc 16.15). No entanto, o Espírito Santo usará este chamado para atrair eficazmente à salvação somente aqueles que foram unidos a Cristo desde a eternidade (At 13.48). A este respeito, Herman Bavinck nos diz o seguinte: “Essa vocação, porém, não serve somente no início para convidar o não crente à fé e ao arrependimento, mas também para admoestar e advertir, alcançar e conduzir os crentes permanentemente”.

A Vocação Geral ou Externa
Conforme dito anteriormente, a vocação geral ou “externa” refere-se ao convite do evangelho da graça aos perdidos pecadores. Segundo a Escritura, o Salvador deseja que todos os pecadores ouçam a pregação do evangelho (Mt 28.19). Este convite ao arrependimento deve ser estendido aos pecadores de todas as nações da terra. Em toda a parte, todos precisam ouvir este chamado à salvação pela fé em Cristo, contudo, a Escritura claramente nos ensina que muitos não passarão de meros ouvintes do evangelho (Lc 14.15-24; At 13.46), todavia, a recusa e incredulidade por parte de muitos (2 Ts 1.7-9) não anula a ordem de pregar o evangelho de Cristo a todos indistintamente (Mc 16.15). Este chamado é geral pelo fato de ser estendido a todos os homens, de todas as classes, nações e raças. Justos e ímpios devem ouvir o chamado do evangelho de Cristo (Mt 22.2-8; At 17.30). Todos são convidados a vir a Cristo (Mt 11.28-30; Jo 7.37; Is 55.1-7). Embora saibamos que Deus, antes da fundação do mundo, destinou alguns para a vida eterna, faz-se necessário reiterar que Ele também ordenou que todos ouvissem o evangelho de Cristo. Isso nos leva a perceber que nem todos serão resgatados pela pregação do evangelho, porém, devemos proclamá-lo impreterivelmente a fim de que os eleitos de Deus possam ouvir e crer em Cristo como Salvador pessoal (Mt 22.14).    

A Vocação Eficaz ou Interna
O outro aspecto da vocação trata da ação do Espírito Santo mediante a pregação do evangelho de Cristo na vida dos pecadores eleitos.  Vimos que todos devem ouvir o convite do evangelho de Cristo, no entanto, tal convite só será eficaz na vida daqueles que, eleitos pelo Pai, forem alvos da ação gloriosa do Espírito Santo (1 Co 1.23-24). Segundo a Escritura, os eleitos ouvirão a oferta do evangelho e, por obra do Espírito Santo, terão seus corações abertos para crer (At 16.14). Diferentemente dos réprobos, não podem recusar tal oferta quando pelo Espírito são chamados eficazmente (At 13.48). Neste sentido, o apóstolo Paulo afirma que para os que se perdem o evangelho é loucura (1 Co 1.18), no entanto, para os que foram eficazmente chamados é o poder de Deus (v. 24). De fato, sem a ação do Espírito o homem é incapaz de compreender o evangelho. Tal privilégio e graça são aplicados apenas na vida daqueles que o Senhor, desde a eternidade, quis chamar salvadoramente (Rm 8.28-30). Fica evidente que todos quantos receberão o dom da vida eterna serão eficazmente chamados por Deus (Ap. 17.14), mediante pregação do evangelho de Cristo (2 Te 2.13-14) e ação gloriosa do Espírito (At 16.44; 1 Co 2.12-13 e 2 Co 4.6).  


“Somente quando Deus brilha em nós pela luz do seu Espírito é que obtemos qualquer proveito de sua Palavra. A vocação interior, a qual só é eficaz e peculiar ao eleito, é distinta da voz dos homens, que vem do exterior”. João Calvino

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A PROVIDÊNCIA DE DEUS

A doutrina da providência trata da questão de como todo este vasto universo se mantém e qual é o fim determinado para todas as coisas. Segundo o ensino da Sagrada Escritura, após criar o mundo e tudo o que nele há, Deus, o Criador, atua poderosamente em todas as suas criaturas preservando e governando todas as coisas, conforme o conselho de sua Soberana vontade, a fim de que tudo ocorra exatamente de acordo com o fim que Ele mesmo destinou.  
Os Elementos da Providência
O estudo da doutrina da providência geralmente aponta para três elementos básicos, a saber: a preservação, a concorrência e o governo de Deus. Vejamos cada um destes elementos separadamente.  
    A Preservação – Esta obra divina é também definida como o ato contínuo de Deus, pelo qual Ele mantém ou sustenta todas as coisas existentes. A Bíblia Sagrada declara que Deus criou e mantém todas as coisas (Ne 9.6; Cl 1.17; Hb 1.1-3; Sl 145.15,16; At 17.28). Tudo depende de Deus para continuar existindo (Sl 104.27-29; Mt 6.26). Ele sustenta todas as coisas pela Palavra do seu poder. Toda a criação é providencialmente mantida pela grandiosa ação de Deus (Sl 147.7-9; Mt 5.45).  
   A Concorrência – Este é outro aspecto da doutrina da providência. Para alguns estudiosos, refere-se a junção de duas forças “concursos”, a saber: de Deus e dos homens. Por este elemento, nos referimos a aquelas ações conjuntas entre Deus e os seres humanos, contudo, devemos ter em mente que esta junção jamais ocorre em pé de igualdade, visto que os atos humanos são também, de algum modo, dirigidos por Deus (Gn 45.8; 50.20; At 4.27,28; Lc 22.21-22; 1 Co 15.10).  
    O Governo – O outro elemento da providência trata do governo de Deus sobre todas as suas criaturas. Para muitos, este é o ponto de maior destaque nesta doutrina. Por ele, entendemos que Deus governa e dirige tudo o que acontece com absoluta autoridade e poder (Sl 103.19; Dn 4.34-35). Nada acontece por acaso, pois, o Criador está no controle absoluto de todas as coisas e, por conseguinte, as dirige a seus determinados fins (Mt 10.29-31; Fp 2.13 e At 14.16). 
As Providências Extraordinárias  
Os atos extraordinários da providência referem-se ao que chamamos de milagres. São assim denominados em virtude do entendimento usual de que Deus os realiza deixando de lado a ordem natural estabelecida por Ele mesmo, isto é, quando Ele age de modo extraordinário ou sobrenatural. Alguns teólogos preferem conceituar os milagres como uma providência especial. Uma boa definição de milagres é apresentada pelo Rev. Leandro em seu livro Razão da Esperança: “Milagres são intervenções divinas sobrenaturais, mediante as quais Deus age revogando as leis da natureza, mas de acordo com a sua vontade preestabelecida”. p. 197.  
Entendemos que todos os milagres são resultantes da manifestação sobrenatural de Deus, por meio da qual, o curso natural dos fatos é alterado visando o cumprimento de determinados fins estabelecidos pelo próprio Deus. Ele pode realiza-los valendo-se de meios naturais como também de meios sobrenaturais, contudo, nenhum deles, absolutamente, é realizado sem um propósito definido. 
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Obras consultadas:
Teologia Concisa - J. I. Packer
Teologia Sistemática  - Louis Berkhof 
Razão da Esperança - Leandro Antônio de Lima 
Verdades Essenciais da Fé Cristã, Caderno 1  - R. C. Sproul
 

sábado, 24 de setembro de 2016

PLANTAR NOVAS IGREJAS

O plantio de igrejas é, sem sombra de dúvidas, um dos temas de maior destaque missiológico em nossos dias. Inúmeros congressos, fóruns e cursos têm tratado desta questão, além da vasta publicação de material escrito sobre o assunto. No entanto, ainda há muitas divergências e perguntas sem respostas. Muitos partem de algumas experiências bem sucedidas, outros de obras escritas sobre o assunto e ainda outros mantem-se à margem de todas estas questões.

Nosso entendimento é de que devemos voltar-nos para a Escritura e à luz do ensinamento da mesma, fundamentar toda a nossa concepção acerca do tema. Neste sentido, entendemos que o plantio de novas igrejas é a estratégia bíblica para o cumprimento da grande comissão registrada em Mateus 28.18-20.De acordo com Mckinley, a igreja é o plano de Deus para estender seu evangelho da graça a todo mundo [1]


Por meio do testemunho e proclamação da igreja local, o Espírito Santo atrai e transforma a vida de famílias, bairros e cidades inteiras (At 2.42-47). É na igreja local que os novos discípulos são acolhidos, batizados, ensinados acerca de Cristo e preparados para discipular outras pessoas. De fato, Hortom está correto ao afirmar que não há missão sem igreja, e nem igreja sem missão. [2]
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[1] MCKINLEY, Mike. Plantar igrejas é para os fracos. Trad. Francisco Wellington Ferreira. São José dos Campos, SP: Fiel. 2013. p.154.
[2] HORTON, Michael. A grande comissão: o resgate da estratégia divina para o discipulado. Trad. Odayr  Olivetti. São Paulo: Cultura Cristã. 2014. p.17.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

O EXERCÍCIO DEMOCRÁTICO DO VOTO

As eleições municipais se aproximam. Estamos a poucos dias deste dever cívico que envolve todos os brasileiros (cristãos e não cristãos). Deste modo, diante da relevância e amplitude de tal fato, apresentamos alguns princípios relacionados ao exercício democrático do voto.

1) Competência. Prepare-se para votar em alguém que você julga ser realmente competente para exercer a função pública. Lembre-se: caso eleito, seu candidato exercerá    uma função de extrema importância na vida de todos os munícipes de sua cidade.    

2) Honestidade. Prepare-se para votar em alguém que você julga ser realmente íntegro e honesto. Lembre-se: candidatos corruptos são eleitos e mantidos por pessoas igualmente corruptas. Além de competente, seu candidato deve ser alguém de nome, passado e vida limpa.   

3) Vocação. Prepare-se para voltar em alguém que você julga ser realmente vocacionado para a política. Lembre-se: muitas pessoas entram na política por vários interesses e motivos escusos. Cremos que Deus capacita pessoas para todas as funções da sociedade, e isto inclui a política.

Estes são apenas alguns de vários princípios que devemos observar nestas ocasiões. Como cristãos, devemos votar com consciência, zelo e temor, afinal, não buscamos nossos próprios interesses, tão pouco os interesses dos homens, mas, daquele que governa céus e terra.  

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

UMA IGREJA SAUDÁVEL


     Eis uma das maiores preocupações e ambições pastorais dos nossos dias. Líderes, pastores, palestrantes e tantos outros servos de Deus comprometidos com a Sagrada Escritura estão focados nesta questão. Tal preocupação urge diante do diagnóstico escancarado de enfermidade da igreja evangélica brasileira.  

    Um quadro nefasto, mascarado por um “suposto” crescimento numérico. Multidões inseridas e arroladas sem quaisquer indícios de conversão ou arrependimento. Sem o mínimo conhecimento das verdades essenciais à fé cristã. Sem qualquer sinal de discipulado, ensino e entendimento acerca de Deus e de si mesmo. Consumidores de um produto barato, enganoso, forjado pela milionária indústria gospel e por profetas que acumulam riquezas no presente e juízo na eternidade.

      Tal situação persiste diante do abandono da Sagrada Escritura e do temor a Deus. Para esta gente, tudo é relativo. Desprezam a lei de Deus e vivem suas próprias verdades. Cegos guiados por outros cegos. Enquanto isso, uma minoria luta exaustivamente por um retorno à Escritura, a qual ensina, repreende, corrige e educa na justiça (2 Tm 3.16). 

      Nosso desejo é permanecer entre estes que ainda creem que somente a ação do Espírito, por meio da pregação fiel do evangelho, pode converter e santificar vidas, gerando vigor e crescimento espiritual na igreja do Senhor Jesus.